Quinta-feira, 28 de Maio de 2015
O senador Romário Faria (PSB) comentou, na
manhã desta quarta-feira (27), a prisão do ex-presidente da CBF José Maria
Marin junto com seis executivos da Fifa, ocorrida em Zurique, durante operação
da polícia norte-americana. O ex-jogador tetracampeão mundial não poupou
críticas ao cartola, à CBF e à própria Fifa. As duas entidades foram
classificadas pelo político como as mais corruptas do futebol.
“Muitos dos corruptos e ladrões que fazem mal ao futebol foram
presos. Inclusive um dos maiores do País, no que se refere ao esporte, que se
chama José Maria Marin. E talvez o motivo de algumas pessoas que representam a
CBF não estarem aqui foi para não passarem essa vergonha”, declarou Romário.
Para o senador, é uma pena que as prisões não tenham ocorrido
no Brasil. “Infelizmente, não foi a nossa polícia que prendeu. Ladrão tem que
ir para a cadeia. Parabenizo o FBI e especialmente a polícia suíça pela
atitude. Espero que isso repercuta positivamente e que isso passe a ser
aplicado na América do Sul e no Brasil, para a gente limpar do nosso futebol
esses corruptos. Principalmente o Marco Polo Del Nero, que é o atual presidente
da CBF”.
As declarações foram feitas durante audiência pública
realizada na Comissão de Educação, Cultura e Esporte, presidida por Romário. O
senador relacionou ainda a falta de recursos para o futebol feminino com a
corrupção. “A CBF não investe no futebol feminino porque não dá lucro, não dá
dinheiro. E onde não dá dinheiro, eles não podem roubar, não pode enriquecer
ilicitamente, então, infelizmente eles não apoiam como tem que fazer”, observou.
Apesar da atuação situação do futebol, Romário se diz
otimista. “Graças a Deus, o que se faz aqui se paga aqui também. Essa prisão de
Marin já é o início de um grande futuro pro nosso futebol, especialmente pra
essa entidade, que é a mais corrupta que nós temos no futebol aqui no país,
CBF, e a mundial, que é a FIFA”.
A operação que prendeu Marin e outros seis dirigentes da FIFA
ocorreu às vésperas da eleição da FIFA, para a qual o presidente da entidade,
Joseph Blatter, se prepara para o seu quinto mandato. “Acredito que, com isso,
alguma coisa se modifique, porque existe a expectativa, pelo menos minha, do
Blatter também ser preso. E a gente consiga colocar como dirigentes pessoas que
são dignas e que querem ver no comando do futebol pessoas que realmente
caminhem como tem de caminhar”.
Segundo informação das autoridades suíças, Marin e outros
seis presos na operação foram detidos e devem ser extraditados para os Estados
Unidos. A procuradoria de Nova York faz a investigação. Os alvos são
principalmente dirigentes da América do Sul e Confederação de Futebol da
América do Norte, Central e Carine (CONCACAF).
Jornal do Commercio